domingo, 18 de março de 2012

Carta aberta ao taxista

Caro senhor taxista. Analisando o conteúdo do seu netbook, acabei descobrindo que o senhor é aquele colunista que escreve no jornal Diário Gaúcho: não o reconheci pessoalmente. Devo dizer que minha mãe adora suas historinhas. A velha compra o jornal toda a segunda-feira e vai direto à última página ler o que o taxista tem para contar.

Como o senhor escreve sobre o seu cotidiano no táxi, presumi que escreveria sobre a nossa "corrida", por isso apressei-me em enviar esta carta para o jornal com minha versão dos fatos, na esperança que não fale tão mal de mim - o que deixaria minha mãe bem triste na próxima segunda. ​

Lamento que nosso encontro tenha sido, como direi, um tanto desagradável. Mas esse é o meu jeito de agir, se é que me entende. Preciso ser agressivo, mostrar que estou no comando, caso contrário minha empreitada pode acabar fracassando. E se tem uma coisa que eu detesto é perder.

Não pense que só o senhor ficou tenso em nosso encontro, taxista. Mesmo depois de tantos anos nessa atividade, ainda sinto-me inseguro, a gente nunca se acostuma com isso. Na verdade, eu e meu parceiro estávamos cercados de maus pressentimentos naquele dia. Mas, felizmente, tudo acabou saindo bem. Para nós, é claro.

Peço que me desculpe a gritaria, as ameaças de morte e os safanões. Fazem parte do show, como costumo dizer. Esse tipo de atitude acaba atuando no psicológico do taxista e o mantém nos trilhos, evitando que faça besteiras. Como no momento em que cruzamos com aquela viatura da polícia. O senhor se manteve firme. Isso lhe conservou a saúde, acredite.

Sei que lhe causei um belo prejuízo, mas isso é o que eu faço, entenda. Essa não é a melhor forma de ganhar a vida, mas foi no que eu me tornei. Com o dinheiro da sua féria, com a venda do seu celular e do seu gps, vou sustentar meus vícios por um tempo (drogas e mulheres estão cada vez mais caras). Quanto ao seu netbook, o receptador está impaciente, por isso vou terminando esse texto por aqui.

Assinado: seu assaltante.

16 comentários:

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze disse...

Um vagabundo covarde desses que ainda tem a cara de pau de mandar uma carta desaforada dessas tinha que ser mandado para um paredão de fuzilamento sem dó nem piedade. Mas hoje com essa palhaçada de "direitos humanos" para a bandidagem a situação passou dos limites.

Unknown disse...

Você foi realmente assaltado? Já aconteceu outras vezes? Um colega professor foi assaltado nessas férias, no interior do Rio Grande do Norte. Quando foi passar com o carro num mata burros foi rendido por 3 sujeitos armados... sua reação foi: "ah... de novo não". Capuz, chão do banco de trás, ameaças de morte... na estrada vazia, o largaram, dizendo: "não se preocupe, daqui uns 3 dias devolvemos o carro". 4 dias depois realmente acharam o carro, com drogas, camisinhas, garrafas de álcool e marcas de batom na lataria. Roubaram pra desfilar de carrão pelo interior... e o carro deu perda total!

DÉBORA disse...

Nossa, nem sei o que dizer...

Mypaiva disse...

Gostei do tom do texto, mesmo tendo sido assaltado não perde o humor...ah! e a mãe dele é tua fã, né? Modesto!rsrsrs

Anônimo disse...

A mãe dele não é fã, é coisa que neste horário não pode ser digitado.

Clarice disse...

De novo?
Se não for só inspiração, amigo, espero que esteja tudo bem.
Larga dessa vida, homi! Tanta gente casando e precisando de música!
Abraço e fique bem.

Anônimo disse...

É vero?????

Mauro Castro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mauro Castro disse...

Fui assaltado SIM, Eduardo.

Anônimo disse...

Não posso acreditar na CARTA. Ser assaltado é absolutamente crível e corriqueiro, nos dias inseguros de hoje, mas a CARTA ABERTA DO LADRÃO, filho da P... da sua leitora, é um absurdo. O cúmulo da cara de pau, é a prova da impunidade que impera nas cidades brasileiras! E aí vem a Copa!
Mudando de assunto: roubaram também aquela maquinona fotográfica? Caso contrário, que é o que espero, peça para a Bruna fazer seu RETRATO NO VARAL. Vale a participação da Família toda!
Forte abraço e minha solidariedade contra o ocorrido.

Paulo R. F. Silva disse...

A maioria dos ladrões pobres são produzidos pela maioria da nossa sociedade egoísta, escravocrata, capitalista e medíucre.

Paulo Silva taxista do Rio.
www.taxiinrio.com.br
Twitter @taxidorj
Baixe grátis no Android Market "Taxi In Rio"

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze disse...

Pobreza não é justificativa para ser ladrão, e o egoísmo é uma característica dos ladrões que estão pouco se lixando para a condição humana das vítimas enquanto acreditam serem dignos de "direitos humanos". E tem que ser muito abaixo do medíocre para defender vagabundo no blog da vítima. Quero ver se tu iria manter essa opinião no dia que algum vagabundo te meter um cano nas fuças, Paulo Silva...

Bah disse...

Caramba, história verídica?

Kisu!

Liana disse...

O assalto é verdadeiro, mas a carta não, certo? Assaltante mal sabe escrever... hehehe

Carol RJ disse...

Me amarrota que eu tô passada...

ricardo garopaba blauth disse...

BAITA CARA DE PAU.........brasiiiiiiiiillllll...lsssiiilllll.....plim..plim...


se estivesse a sós iria dizer que com gente assim......só....