domingo, 9 de outubro de 2011

Mas que barbaridade, tchê!

O gaúcho que me fazia sinal parecia estar saindo de um desfile Farroupilha: pilchado a rigor, do chapéu quebrado na testa às botas de garrão de potro. Ele entrou no táxi me cumprimentando à moda gaudéria, com um sotaque carregado, da fronteira. O xiru era mesmo mais grosso que dedo destroncado!

O passageiro disse que, com a mudança para Porto Alegre, andava mais perdido que cego em tiroteio, mas não adiantava comprar um gps, pois era capaz de pegar um touro pelas ventas, mas não tinha o menor jeito com botões. Disse que havia comprado um DVD, mas não atinava como colocar o filme a rodar:

Ao ver que eu tinha facilidade com eletrônicos, o homem propôs pagar um tanto a mais além da corrida, para que eu lhe explicasse como funcionava o tal aparelho de DVD. Vamos lá, índio velho!

O gaúcho pediu que eu entrasse com o táxi no condomínio. O porteiro, ao ver-nos entrar, lançou-me um sorriso enigmático. Achei que ele talvez tivesse me reconhecido do jornal e fiz um sinal de positivo.

Enquanto entrava pela casa, o gaúcho foi se desencilhando. Bota para um lado, lenço para outro... O DVD problemático estava no quarto. Ele pediu que eu ficasse à vontade, enquanto ele ligava os equipamentos. Perguntou se eu não queria beber alguma coisa. Agradeci, disse que estava com pressa.

O gaúcho ligou a televisão, colocou o disco no DVD e nada aconteceu, continuava passando a novela da tarde. Muito simples, expliquei que ele precisava colocar a tevê no canal de vídeo e mostrei o botão no controle. Assim que ele apertou a tecla, o filme apareceu na tela: uma cena ardente em que dois homens musculosos faziam sexo à beira de uma piscina! Mas bah, tchê!​

A sorte é que eu tinha cobrado adiantado pelo serviço. Enquanto eu saía porta afora, o gaúcho (já sem camisa) tentava convencer-me a assistir o filme com ele. Sem chance, meu velho!

Na saída, o porteiro informou que eu já era o terceiro taxista "seduzido" pelo gaúcho naquela semana.

15 comentários:

Liana disse...

euhuahauhauhauaha, que tenso!

Anônimo disse...

Mauro, e depois dizem que essa história de gaucho homosexual é lenda......srsrs Por pouco, hem????
Macho mesmo foi aquele que sem saber nadar caiu no Guaiba...e disse antes de se afogar:
Te cuida Guaiba, se não te engulo todo.... !!!! Boa semana!

Lora-chan disse...

Olhe pelo lado bom, se ele te escolheu é porque deve ter achado vc bonitão XD KKKKKKKKKKKK
Bem, pelo menos vc já sabe que não pode mais cair nessas conversas,né? XS

Ricardo Mainieri disse...

Barbaridade, o gaúcho era de Pelotas!
Já viu, Mauro, que as aparências enganam.
ótima estória. como sempre.

Abs.


Ricardo Mainieri

ORACY disse...

Barbaridade, Tchê!!!

Clarice disse...

Mas essa turma não espalha a notícia? Cadê o corporativismo, tchê!
Abraço e boa semana.

juliana k. disse...

Imagino que você já viva essas histórias loucas pensando no texto do dia seguinte! Muito boa... hahahahahah

Grande abraço, Mauro!

secis disse...

Mas bah, arrasando corações!!! kkkk

MAURO CASTRO disse...

Coisa de louco... mas não era mineiro esse vivente.. assim você denigre ainda mais a já afamada fama kkk -dos caudilhos do Rio Grande - so faltou você comentar que o vivente era GREMISTA de carterinha e tudo..

Dalva M. Ferreira disse...

Eu heim?

vidacuriosa disse...

Essas correntes migratórias que se apaixonam pela indumentária gaúcha nos traz um problema sério. Isso dá mais um pretexto para o resto do Brasil achar que todo gaúcho gaúcho é veado. Fazer o que. Deve ter acontecido mesmo. Não acredito que o Mauro tenha entrado nessa de criar história para fazer propaganda do boiolismo (como se precisasse. Mas que é engraçado, é?

Anônimo disse...

Após um jogo de futebol entre amigos, o encontro no bar para o bate papo; a famosa resenha, é de lei. E não é que aportou por estas bandas(Ceará) um gaúcho, tchê. Empolgado depois de umas duas geladas o danado tentou contar sem sucesso duas piadas com cearense. Foi o fim... ouviu umas seis seguidas de gaúcho macho(destes do texto do Mauro). Incontinenti, pegou o chimarrão e arredou rumo ao hotel. Nem o apelo do amigo que o trouxera foi suficiente. Gaucho de Passo Fundo, bah!

Anônimo disse...

Mas, bah, já devia ter desconfiado só pelas vestes do passageiro, tchê! (brincadeira) hehehe

Anônimo disse...

Mas, bah, já devia ter desconfiado só pelas vestes do passageiro, tchê! (brincadeira) hehehe

Adriano de F. Trindade disse...

Mas que bá! Que situação!