domingo, 25 de setembro de 2011

Surpresas de um amor ligeiro

Tudo levava a crer que aquela seria a melhor corrida do dia. Antes de embarcar no táxi, a mulher explicou que precisava ir a mais de 10 endereços, em vários pontos da cidade. Edifícios comerciais, de escritórios. Demoraria pouco tempo em cada lugar. O taxista vibrou: a corrida valeria pela féria de um dia inteiro!

Logo, porém, o taxista percebeu que aquela empreitada poderia render-lhe mais que uma boa soma em dinheiro. Já nas primeiras etapas da longa corrida, taxista e passageira passaram a conversar como se fossem velhos amigos. Houve uma identificação instantânea. Não tardou a darem as primeiras gargalhadas, trocarem as primeiras confidências. A química do amor estava acontecendo.

A cada nova parada, o taxista ficava mais excitado. Quando via a passageira voltando para o táxi, seu coração disparava. Ela mostrava-se ainda mais empolgada. Contou que fazia a corrida toda a semana, sempre com um taxista diferente, mas de agora em diante seria sempre com ele. Dizia isso olhando no fundo dos olhos do taxista, como que antevendo os momentos mágicos que passariam juntos.

Depois de visitar o último endereço de sua longa lista, a passageira voltou e sentou no banco da frente. Pousando a mão sobre a perna do taxista, pediu que ele a levasse até um determinado shopping. Queria comprar um presente para ele. Depois, queria que ele a levasse a um lugar sossegado, para que ficassem a sós.

Enquanto esperava no estacionamento do shopping, o taxista ligou para a esposa dizendo que trabalharia até mais tarde. Colocou um chiclete na boca, penteou-se, reforçou o desodorante. Por fim, reclinou o banco e relaxou.

O taxista acordou com o vigilante avisando que o estacionamento estava fechando. Era tarde, não tinha mais ninguém no shopping. Ele só se convenceu de que a passageira o havia passado para trás quando um colega confessou que tinha caído no mesmo golpe da bonitona que usa os taxistas para distribuir drogas pela cidade e some sem pagar a corrida.

10 comentários:

Anônimo disse...

E olha o perigo: de conquistador a traficante! Mas fica uma lição, mesmo com a competência dessa moça, que poderia levar a vida "fácil" da prostituição, droga rende mais!!!!E as corridas são de graça!

Adriano de F. Trindade disse...

Vivendo e aprendendo!

Kinha disse...

Olha, a sensação de ter sido enrolado deve ser muito pior do que o dinheiro perdido. Querido, você me deu um toque de ouro, aquele TODAS em caixa alta realmente excluía qualquer leitor masculino, bah, como não tinha me dado conta disso antes! rs Obrigada pelo toque, e agora, em vez de ler TODAS, tem um TODOS bem enorme lá no blog. Bejocas!

Ricardo Mainieri disse...

Nós, homens, pensamos que somos "o malandro".
E a bonitona seduziu e deixou teu colega, ou seria um alter-ego do autor, risos, pagando um belo mico.
Ótima estória, Mauro, estou divulgando para meus amigos do Facebook.

Abraço.


Ricardo Mainieri

Clarice disse...

Como se diz por aí: mais fácil que roubar doce de criança! No pain no gain. Não tem jantar de graça e por aí afora. É só cutucar o ego. Bela história para alertar a tchurma.
Abraço e boa semana.

Liana disse...

kkkkk, homem é muito bobo mesmo

Jorge Pinheiro disse...

Taxista sofre. Excelente crónica.

Anônimo disse...

Ah, a inocência masculina frente à uma minissaia não me surpreende muito. rsrsrsrs. Ótima história.

Dalva M. Ferreira disse...

Ô dó!

Diário Virtual disse...

HAHAHAHAH! Ninguem merece, agora entendo porq os taxistas ficam desconfiados quando a gente pede pra ir em lugares diferentes e pede pra esperar!