Tudo começou muito mal. Em uma corrida complicada. O taxista Sabugo só aceitou fazer o serviço porque o passageiro era um antigo colega seu, que trabalhou no mesmo ponto havia alguns anos. Apesar da amizade, Sabugo sabia que o homem não era flor que se cheirasse: fora demitido do táxi em que trabalhava por se envolver em negócios escusos. Drogas, diziam.
O passageiro, contudo, era do tipo envolvente, que conquista amizades ao primeiro abraço. Sempre falante, sorriso largo, divertido e cativante. O típico cafajeste irresistível. Além de tudo, estava sempre disposto a ajudar. Certa feita, perdeu meio dia de trabalho ajudando a consertar o táxi de um colega. Por tudo isso, Sabugo resolveu fazer a corrida.
Depois de levar o homem até alguns endereços suspeitos da periferia, Sabugo acabou descobrindo que ele estava, na verdade, tentando vender um rádio, tentando trocá-lo por drogas. Em uma das casas em que entrou, o homem saiu alterado, com os olhos vermelhos, já fora do seu estado normal. Foi quando Sabugo resolveu por fim à situação.
Como o passageiro não tinha dinheiro, a corrida acabou em sua casa, onde pretendia conseguir grana com a mulher para pagar Sabugo. Ela, porém, não estava. Disposto a não deixar o taxista mal, o homem juntou uma trouxa de roupas e ofereceu em pagamento, o que Sabugo recusou, indignado. O homem, então, fez o ex-colega aceitar sua aliança como garantia. Prometeu que passaria no ponto mais tarde para pagar a corrida e resgatar a joia, coisa que nunca aconteceu.
Depois de meses com a aliança rolando pelo táxi, Sabugo foi até a casa do homem tentar receber seu dinheiro. Foi recebido pela mulher do sujeito, uma moreninha muito linda, que merecia marido melhor. Ela mandou que Sabugo ficasse com a aliança, pois tinha mandado o cafajeste embora de casa.
Meu colega ficou com a aliança e com a moreninha também, com quem casou e teve quatro filhos. Estão completando 25 anos de um feliz casamento: bodas de prata.
15 comentários:
Esperto foi o Sabugo... Adorei seu blog !!!
Alexandre
http://soupretomassoulimpinho.blogspot.com/
Como dizem por aí, "há males que vem para o bem"...
Se o cara não tivesse pego o táxi do Sabugo, ele não estaria fazendo bodas de prata hoje!
Abraços!
Pensei no mesmo, "há corridas ruins que vem para o bem". Pode se saber como uma corrida ruim vai terminar, mas não podemos saber o quê pode resultar de uma corrida ruim: Esposa e 4 filhos há 25 anos por ajudar um cara que não era flor que se cheirasse. E olha que um casamento pra durar isso tudo, tem que ser muito bom!
Garanto que não é a primeira vez que algo bom resulta de uma viagem que, á primeira vista, é furada.
Grande abraço!!!
oi, mauro!
bah, comecei um trabalho novo,
muito bom, bem melhor do que o antigo. tentei em poa, mas não
pintou nada muito interessante.
agora não sei quando irei,
mas não pretendo demorar.
assim que eu for, te aviso,
meu amigo! abraços pra ti.
ah, sou sua leitora.
me divirto aqui ;D
Faz um tempinho que não venho aqui...
Continuas afiado!
Posso dizer que sua escrita melhorou! Está fluída..., bem construída; sem duvida, você gosta do que faz! O que é muito bom para nós que o lemos.
E, através de seus contos, conhecemos também suas verdades; que é o que dá significado a tudo que fazemos.
Feliz com sua visita lá em 'casa'!
:)
Abrçs!
Opa...
O negócio rendeu, hem?
Abraços!
Mauro,essa corrida rendeu...rsss...muito legal seu conto!Bjs,
Mauro,essa corrida rendeu...rsss...muito legal seu conto!Bjs,
Adorei! Guri, isto é para acreditar qdo se diz que não se sabe em que esquina a felicidade nos espera!!!!!!!!
Não sei quem deu mais sorte, se foi o motorista ou a mocinha. De quebra rendeu um belo post.
Abraços de sol.
Vovô Pinto e vovó Joanôra viveram a vida inteira juntos, 78 anos juntos, pra ser mais exato. Nem tinha bodas pra eles comemorarem mais. Tiveram que se casar de novo, e fizemos o casamento deles. Foi lindo!
Livingstone
www.uegablignoic.wordpress.com
Como se dizia lá em Bagé, o passageiro não valia um sabugo...
Esse sabugo se deu bem! E o autor do texto, idem! Muito bom!
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