domingo, 13 de fevereiro de 2011

A derrota da educação

Porto Alegre está ganhando mais uma sinaleira, como se não bastasse tantas que já temos por ai. Eu acho que esse é um fato a se lamentar. Depois de funcionar por muitos anos, a rotatória da avenida Nilo Peçanha, na altura da praça da Encol, está sendo substituída por um lamentável semáforo. E não adianta reclamar da prefeitura, da EPTC, pois o culpado por essa sinaleira, verdade seja dita, somos nós: os motoristas.
Eu prefiro mil vezes uma rotatória a um semáforo. Depois de acessar a rotatória, o motorista está livre para decidir seu caminho. Seguir em frente, converter, retornar ou, até mesmo, ficar andando em roda - coisa que eu já fiz, claro. Mas uma obra viária precisa ser eficiente, e uma rotatória para funcionar bem precisa de um item fundamental: educação. E é ai que a porca torce o rabo.
Vivemos tempos difíceis. O egoísmo impera. É cada um por si e pé na tábua. Cidadãos pacatos transforma-se em feras quando sentam ao volante. Os técnicos alegam que a rótula da Nilo Peçanha seria demasiado pequena, não teria diâmetro suficiente. Eu discordo. Acho que não houve mesmo foi bom senso suficiente por parte dos motoristas. Não é um problema de engenharia; o ser humano é o problema.
Caso os acidentes realmente diminuam naquele cruzamento, ficará sacramentada a derrota da educação, do respeito, da solidariedade, da civilidade. Ficará provado que o homem é incapaz de viver em harmonia com seu semelhante, que o motorista precisa mesmo de um equipamento luminoso para frear sua pressa, sua postura antissocial.
Para mim, aquela sinaleira servirá como um recado, um lembrete aos motoristas de Porto Alegre. Toda vez que alguém reclamar do excesso de sinaleiras na cidade, deve lembrar da democrática rotatória que precisou ser substituída pela ditadura de um semáforo.
Eu, de minha parte, entendi a mensagem, assumo minha parcela de culpa e não toco mais no assunto. Vou parar no sinal vermelho e ponto final.

12 comentários:

Dona Sra. Urtigão disse...

Semáforos, "quebra-molas"...em breve as rodas terão que ser quadradas...Mas esperar que o ser humano se torne ...Humano, ah ! Isso eu não espero mais.

Anônimo disse...

Lamentável, mas é verdade! Infelizmente!

Hugo de Oliveira disse...

Não ocorre só em Porto..., mas em todo Brasil. É fato.

Thai Nascimento disse...

E o pior é que talvez a má educação ainda persista.

Bete Nunes disse...

Moro em uma avenida mega movimentada, e bem em frente à um "farol" (aqui em Sampa é farol...rsrs). Vejo muitos absurdos daqui da minha sacada. Já tive em vias de ser atrolepada e morta, e minha filha idem, porque não basta avançar o sinal, tem que ser em alta velocidade, na velocidade em que o cara já estava vindo. Nem pára, nem pisca, nem nada, vai e pronto. Dane-se o que ficou para trás, mesmo que seja alguém grudado no asfalto!E não é só automóvel, não, motos e ônibus idem! Não falta só educação, falta respeito.

Patricia Daltro disse...

Infelizmente, o problema de Porto Alegre, não se restringe somente a cidade, é mais amplo e maus motoristas parecem infestar esse Brasil! Onde moro, a situação é tão absurda, que costumo avisar as visitas que tomem cuidado, pois os motoristas não respeitam o sinal vermelho, tampouco as vias de mão única, caso da minha rua, onde frequentemente, carros entram a toda na contramão.

Caio disse...

"Ficará provado que o homem é incapaz de viver em harmonia com seu semelhante, que o motorista precisa mesmo de um equipamento luminoso para frear sua pressa, sua postura antissocial."

Todo ser humano é egoista. Se não é egoista, não é humano, essa é a verdade.

Anônimo disse...

Egoísmo? Sim, sem sombra de dúvida. Mas não é só isso.
Aqui onde moro, em Chapecó, o comum é você esperar passar o carro para atravessar, porque se você inventar de atravessar na faixa ignorando o trânsito, assumindo que os motoristas vão respeitar a faixa, das duas uma: ou te atropelam ou o cara canta os pneus para frear antes da faixa e ainda te xinga! Não sempre, claro, mas na maioria dos casos. As madames, principalmente.
Tem cara que quando bota uma arma na cintura vira "hômi" e se acha superior. Com o carro, acontece algo parecido, alguns motoristas se acham superiores aos pedestres quando estão atrás do volante, etrnamente com a preferência.
Eu diria que nossa sociedade está doente. Cada vez mais egoísta e se importando menos com o próximo. Não sei aonde vamos parar.

Mirela Leme disse...

Mauro.

Estou longe de você, em Nova Odessa, que fica no interior do Estado de São Paulo. Mas como adoro histórias de taxistas, vou começar a ler seu blog com assiduidade.

Escrevi uma história de taxista no meu, veja lá: http://oblogdapipi.blogspot.com/2011/02/taximemoria-dos-esquecidos.html

E se "me visitar", deixe um comentário. Parabéns pela iniciativa.

Clarice disse...

Enquanto isso, aqui, suplicamos por uma rotatória ou sinaleira na entrada para as praias do sul, para quem vem do centro ou da Lagoa ou vai no sentido oposto. Um guardinha também seria útil demais da conta, sô! Imagine trânsito em 6 sentidos e apenas placas de PARE, com motoristas de todos os lugares do Brasil e da América do Sul. É de chorar. Você deve lembrar como era. Está pior na terceira potência.
Abração.
Abraço.

Cimitan Jr. disse...

Quem sabe o problema, seja também, o crescente ingresso de automóveis nas nossas ruas?

Anônimo disse...

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