domingo, 21 de novembro de 2010

Sem lenço e sem documento

Manhã sonolenta de domingo, eu e minha mulher resolvemos dar uma caminhada. Tênis, bermuda, camiseta e mais nada. Um casal caminhando pela aprazível margem do Arroio Dilúvio no sol de quase dezembro.
Como estou pensando em trocar o táxi e estávamos passando em frente a uma revenda GM, resolvi entrar, para dar uma olhada em um modelo que estou namorando. O vendedor reconheceu-me do jornal e vibrou com a ideia de roubar da Fiat o conhecido taxista - a montadora italiana diminuiu o desconto para taxistas, vai perder clientes.
Depois de me passar as informações sobre o modelo, o vendedor sugeriu que eu desse uma volta no carro. Tinham acabado de receber um veículo para test drive, que não tinha sido nem lavado ainda, de tão novo. Expliquei ao vendedor que estava sem documentos, pois tinha saído apenas para caminhar. Ele ponderou que não haveríamos de ter problemas: domingo, cidade deserta, uma volta rápida pelo quarteirão. Vamos lá.
Com minha mulher sentada atrás e o vendedor ao meu lado, saímos pela avenida afora. Nem uma quadra adiante, uma viatura da brigada ligou a sirene atrás de nós. Pediu que encostasse o carro. Ferrou.
Um carro sem placas, sujo, com três ocupantes dentro: altamente suspeito. Depois de o vendedor explicar que tratava-se de um test drive, o brigadiano pediu minha habilitação. Com meu melhor sorriso amarelo, fui obrigado a confessar que estava sem documentos, ao que minha mulher pôs-se a rezar baixinho.
Das lições que o episódio deixou, uma ficou clara: é preciso respeitar nossa briosa Brigada Militar. Os soldados que nos abordaram foram um exemplo de civilidade e bom senso. Depois de conferir no computador da viatura que não éramos bandidos, fomos liberados, com a única exigência de que o vendedor (habilitado) assumisse o volante.
Se os brigadianos foram legais, o mesmo não posso dizer de minha mulher, que, depois, me encheu de tapas.

13 comentários:

Anônimo disse...

Tapas de amor não doem!!!!

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze disse...

se a gm tivesse mantido a oferta de pelo menos um modelo já adaptado de fábrica para rodar no gás talvez estivesse ainda mais cômoda no mercado de taxis, embora o que eu seja mesmo a favor é a liberação de veículos a diesel (e um subsequente programa de desenvolvimento e promoção do biodiesel e óleos vegetais semelhante ao proalcool)...

Anônimo disse...

Pára de contar mentira que a Gilda jamais daria tapas em você. Vá lá que fossem vassouradas.
Abraço e boa semana.

Eliana disse...

Hahaha!!! Você conhece a Lei de Murphy: "Se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará". Pois é... Ela também me persegue!!!

Isso é fato!!!

Mas então, quanto a viagem de Natal, eu vou sim!!! Vamos sair do Rio dia 18 de Dezembro! Certamente vou ficar de olho nos taxistas porto alegrenses, ainda mais com a corrida "por conta da casa"! Hahaha

Quero ter o prazer de conhecer o famoso Mauro Castro pessoalmente, comprar seu livro (é sério, deixe um exemplar pra mim) e ainda ter o seu autógrafo!!! Chique demais! hahahaha

Quero o endereço do seu ponto! hahaha

Abraços!

Rud disse...

Salve Mauro!

Após um longo tempo sem aparecer por estas bandas, cá estou.

Só por curiosidade, qual seria o tão desejado modelo da GM?

Há braços! (te plagiei... hehehe)

M. Ulisses Adirt disse...

Q bom q com vc os brigadianos foram legais, Mauro. Pena q, pelo visto, isso não tem sido mto comum por aí: http://miltonribeiro.opsblog.org/2010/11/18/telma-scherer-o-ciclista-e-as-confusoes-da-feira-do-livro/

Ricardo Mainieri disse...

O bom do escritor é que até suas "frias' viram literatura...(rs)
Mas, vai ser azarado lá no Dilúvio, seu Mauro...

Abraço.

Ricardo Mainieri

Dalva M. Ferreira disse...

Que figurinha!

Marcus disse...

Tapas? hahahaha, essa eu também não acredito! Mais um excelente texto, amigo! Há Braços!

Alê disse...

Lei de Murphy?! Concordo em gênero número e grau...

Vai sair sem documento vai...

:D

Alexandre RJ disse...

Que moleza! PM´s educados, tapas da patroa! Se fosse aqui no RJ já seriam manchete no jornal, achaque, extorsão e ainda iam apanhar muito! Isso se não dessem sumiço em vocês! Ainda bem que foi no primeiro mundo!

plinio Nunes disse...

Incrível como o imponderável acontece. Quando comprei minha primeira moto, lá pelos idos de 1978 ou 79, levei-a para casa ainda sem todos os documentos. Pois justamente no dia em que voltava para a concessionária para buscar a complementação dos documentos fui parado na esquina da Ipiranga com a Vicente da Fontoura. E aí tive a oneração de uma multa e o desconforto de ter de buscá-la no depósito do Detran.

Anônimo disse...

Quando a oferta é boa demais, todo santo desconfia - diziam. Mas aonde que iam dar a chance de fazer um test drive sem apresentar os documentos? Tinha que aproveitar. Essa história daria um bom curta!!! Abraços!!

PS: já estou te seguindo...