domingo, 19 de outubro de 2014

A criança sumiu!

Quando descobriu que eu escrevo histórias de taxistas, minha passageira resolveu contar a sua. Um caso que se passou com ela, na década de 1970, dentro de um táxi Fusca. A prova de que sua história era verdadeira estava sentada ao meu lado, sua filha. O neto de minha passageira, que estava com ela no banco de trás, fez aquela cara de lá vai a minha avó contar a confusão no táxi de novo.

A mulher contou que tinha acabado de ganhar sua filha, estava saindo do hospital com seu marido, voltando para casa. Pegaram um táxi. Ela sentou-se atrás do banco do taxista com o bebê no colo, seu marido ao seu lado.

Eles vinham pela Avenida Ipiranga quando um carro atravessou na frente do táxi. O taxista não conseguiu evitar o choque no outro veículo. O táxi então saiu rodopiando, só parou quando bateu no meio-fio da calçada, ficando a poucos metros de cair no Arroio Dilúvio!

Quando o táxi finalmente parou, minha passageira disse que entrou em pânico, pois seu bebê, recém-nascido, que estava no seu colo, havia sumido!

A confusão se estabeleceu dentro do táxi. O marido, que tinha caído para a frente, tentava se recompor, entender o que estava acontecendo. O taxista, tremendo dos pés à cabeça, pôs-se a procurar pela criança. Nada do bebê! Todos atordoados com o impacto, com a gritaria da passageira, maior confusão!

Como os vidros do carro estavam abertos, acharam que o bebê talvez tivesse sido arremessado para fora do táxi! Saíram todos para o meio da rua, taxista, marido, mulher, braços abertos parando os carros que vinham pela avenida. Nada do bebê! Procuraram até embaixo dos carros! Dentro do arroio!

De alguma forma que até hoje minha passageira disse que não entende, a criança passou por entre a porta e o banco do motorista e se aninhou atrás dos pedais do Fusca. E ficou lá, quietinha, ilesa, nenhum arranhão. Tanto que, agora, estava ali, ao meu lado, escutando pela enésima vez sua mãe contar aquela história fantástica.

2 comentários:

ricardo garopaba blauth disse...

por isso é que cada um tem o seu anjo da guarda.....
"se eu acredito, eles existem"......e são muitos os que o afirmam.......

ricardo garopaba blauth disse...

e esta agora Mauro........tenho que provar que não sou rob^?????.............

como é que voce vai acreditar no comentário acima....rsrsrsrsrsrsrsrsrsr