Gardel é um dos taxistas mais conhecidos da praça de Porto Alegre. E não é para menos. No ponto onde trabalha, Gardelzinho não deixa ninguém sossegado. Além de contar impagáveis histórias de taxista, nosso folclórico colega também se presta a interpretar algumas pérolas da música gaúcha, com ênfase nas canções do mestre Gildo de Freitas.
Entre tantos causos que Gardel não se cansa de contar, está a história de um cego que ele carregou em seu táxi. Parado na calçada, o deficiente visual foi avisado que um táxi vinha pela avenida por um latido do seu cão guia. Isso mesmo, Gardel jura que viu quando o cachorro, ao avistar seu táxi, latiu para seu dono, avisando que vinha um táxi. O homem, então, imediatamente teria estendido o braço. Mas isso não foi tudo.
Sentado no banco de trás, ao lado de seu cão, o passageiro deu o destino da corrida. Vencidas algumas quadras, Gardel teria que decidir entre dois trajetos distintos: um mais curto, porém mais congestionado; e outro mais longo e rápido. Assim que enveredou pelo caminho mais longo, no entanto, o cachorro começou a latir. De imediato, o passageiro ordenou que Gardel fizesse o caminho mais curto.
Só para ver se o bicho era mesmo esperto, Gardel pensou em passar o taxímetro para a bandeira dois. Porém, tão logo ele aproximou o dedo do equipamento, o cão mostrou-lhe os dentes ameaçadores e começou a grunhir. Brincadeirinha!
Chegando ao destino, o passageiro pediu que o taxista esperasse um momento, desceu com o cachorro e entrou em casa. Minutos mais tarde, o cão veio até o táxi com uma nota de R$ 20 na boca. Com cuidado, Gardel pegou o dinheiro da boca do bicho. Como sobrava troco, meu colega disse que ofereceu o dinheiro ao animal, que gentilmente balançou a cabeça de lado, soltou um latido e voltou para casa abanando o rabo.
Gardel orgulha-se de ser, provavelmente, o único taxista do mundo que recebeu gorjeta de um cachorro.
7 comentários:
Cachorro dando gorjeta deve ser hilário mesmo.
Meio difícil de acreditar nessa história, mas eu ri bastante. O tal Gardel deve animar o ponto de táxi.
Ô Mauro, só você consegue contar histórias assim! Abração, amigo!
kkkkk Ai que engraçado...rss Adorei o cachorro! Taxista e pescador... cada história...
Esse teu amigo tem cara de contador de causo. É o tipo que pode contar qualquer coisa, que a gente acredita.
Abraço e boa chuva.
Hahahaha... ainda bem que o Gardel não resolveu trapacear no troco. Vai que o bicho percebe e da-lhe aquela mordida!
Muito legal. Só você e o cachorro do Gardel, digo, o canino pertencente ao referido taxista pra me fazerem rir. Até me lembrei dum causo dum cachorro que sabia ver as horas...
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