domingo, 14 de novembro de 2010

À mercê do perigo

O Jorge Marreta tem esse apelido do tempo em que trabalhava em uma firma de demolição. Jorge é um gringo de 2 metros de altura por dois de largura e tem uma mão que mais parece uma pá de concha. Dizem que, para demolir as casas, Jorge usava uma marreta especialmente construída para ele, que ninguém mais conseguia levantar. Não havia parede que resistisse a um golpe seu.
Entre os taxistas, a brincadeira preferida do Marreta é ver quem consegue resistir mais tempo ao seu aperto de mão. Não se sabe de ninguém que tenha aguentado mais que alguns poucos segundos. Apesar disso, Jorge é uma moça no trato diário, um dos caras mais calmos que conheço.
Foi este "delicado" taxista que, certa vez, dois malandros resolveram assaltar. A certa altura da corrida, nosso colega viu-se calçado por um trezoitão. O marginal que empunhava a arma era um tipo franzino. Seu companheiro de delito, no banco de trás, também não era lá essas coisas. Jorge Marreta não levou fé nos dois.
Em um instante de vacilo do ladrão, o taxista agarrou a mão que segurava o revólver e a torceu em direção ao outro bandido. Enquanto um dos assaltantes urrava de dor e o outro tentava fugir da mira da arma, Marreta estacionou o táxi calmamente junto ao meio-fio e desligou o motor.
Desesperado, o marginal do banco de trás resolveu ajudar seu companheiro socando o taxista, mas acabou tendo o braço agarrado pela outra mãozona do Marreta. Assim, os dois assaltantes ficaram nas mãos de um indignado triturador de ossos. Pânico total!
O sujeito de trás foi o primeiro a escapar, escorregou o braço por dentro do casaco e fugiu, deixando a peça de roupa na mão do Marreta. Em seguida foi a vez do outro delinqüente, que largou o revólver e se mandou com a mão em frangalhos.
Se existem mesmo taxistas violentos eu não sei, não os conheço. Caso existam, espero que sejam identificados e punidos, para o bem da categoria. O que eu sei é que é fácil falar de violência quando não se está à mercê do perigo.

12 comentários:

Anônimo disse...

"Marreta" neles, sem dó nem piedade!Direitos humanos é só a favor dos bandidos!

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze disse...

esse negócio de direitos humanos para bandidos é piada... a propósito: do jeito que essa "gente" não presta, só faltava esses vagabundos irem na delegacia dizer que ele roubou o casaco à mão armada... por mim ladrão só teria 2 direitos: caixão e vela preta...

João Gilberto Saraiva disse...

Quando ver um cara deste tamanho em um taxí, não tem quem faça eu apertar a mão dele. xD

Violência é mesmo uma questão crítica, que para ser solucionada não pode ser respondida nem só com base nos direitos humanos, nem só na alternativa policial clássica: porrada.

Até mais doutor.

Eliana disse...

Estamos 24 horas a mercê do perigo! Infelizmente nem todos os cidadãos tem a capacidade de se defender assim como o Marreta.

Ser assaltado provoca uma sensação horrível, fraqueza, insegurança e muita revolta!

Infelizmente já passei por essa experiência negativa aqui no Rio (no Rio? Quem nunca foi assaltado que atire a primeira pedra!).

A minha vontade era de dar muita porrada nos moleques que me assaltaram, encher de porrada, quebrar a cara deles inteirinha!!! grrrrrrrrrrrr Só de lembrar eu tenho ódio! hahahahaha

Mas infelizmente não é como a gente quer ou imagina... Pois estamos à mercê da violência!

Abraços!!!

Ps: mas mudando de assunto, não tem nada a ver, mas acho que vou passar o Natal aí em Porto Alegre tchê! Meu marido é gaúcho e vamos visitar a família dele. Se por acaso eu pegar um táxi aí, vou observar bem pra ver se é o seu. Hahahaha

Eliana disse...

Caraca!
Esse meu comentário de cima foi quase um post! hahahaha
Se faltar inspiração pra eu escrever em meu blog, vou copiar e colar ele lá! hahahaha

Bjos!

Adriano Trindade disse...

Me lembro duma letra do saudoso Bezerra da Silva...
"Você com revólver na mão é um bicho feroz / é sim / sem ele anda até rebolando, até muda de voz / Isso aqui cá pra nós!"
Revólver qualquer um empunha, se garantir sem nada não é para qualquer um!
Congratulações ao seu amigo Marreta, por topar o risco de fazer valer seu direito de não ser assaltado! Adoro ver quando a impunidade não prevalece e os meliantes sentem na pele as consequências dos seus atos!
Grande abraço!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Vizinho, aqui no bairro tem um empregado de uma empresa de vigilância, que me dá ideia do porte desse teu colega.O apelido dele é Maguila(2X2 também). Gentilíssimo, parece uma criança quando encontra meu cachorrinho. Mas juro que se um dia alguém mal intencionado me abordasse eu iria querer a figura por perto.
Bem a propósito, hoje um parente dos agressores naquele episódio em SP, chorava dizendo que eram só crianças. Dá vontade de botar a família na cadeia junto com esses "inocentes" marginais de 16 e 17 anos que espancam e matam por puro prazer.
Que boas energias protejam os taxistas e todos nós.
Abração.

Vai de Táxi! disse...

Conheço muitos que ja me contaram histórias de assalto. Pra aqueles que rodam a noite então, estao realmente à mercê do perigo. Mas acredito que reagir também não é a melhor opção.

Enfim...

procure o texto do fanho e me mande Mauro :D

Abraços

Delafonte disse...

Cara, que massa! É uma pérola urbana essa história. Vou ter que frequentar o barzinho do meu bairro pra ver se eu ouço algo tão interessante.

Confesso que enquanto eu ia lendo a vontade que deu era de ser o Marreta. Porque acho que teria ao menos disferido um direto de esquerda bem seguro na arcada dentária de um dos bandidos. Depois eu teria feito o outro engolir as seis balas do revólver...

Foi bom eu ter nascido meio franzina. Acho que Deus sabe o que faz.

Makoto disse...

Se isso acontecesse num filme, todo o mundo diria "ah, até parece! Só em filme mesmo..."

Alexandre RJ disse...

Falar é fácil, mas não reagir é certo! Marreta se fosse furado por bala, ia virar martelo. Que cara doido!