quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Quando a vi aproximando-se do meu táxi, pensei, preconceituoso, que me pediria dinheiro. Não. Perguntou quanto custaria uma corrida até o alto do morro Santa Teresa. Dei o valor, ela arredondou pra cima. Beleza. Explicou que, no mês passado, foi assaltada na subida do morro, levaram toda a sua aposentadoria. Passou o natal com dificuldades. Estava pagando o táxi por segurança.

Enquanto subíamos, descobriu o meu livro no expositor. Expliquei que eu era o autor. Ficou maravilhada. Disse que adorava ler. Se eu fizesse um desconto, compraria. Levou de graça. Brinde da casa!

No alto do morro, ponderou que eu poderia deixá-la na entrada da vila. Não precisava descer. Sabia que os taxistas não costumam entrar. Imagina, faço questão. Fui até a boca da sua viela, a poucos metros de casa. Cem por cento segura. Pedi uma foto. Dona Cleusa, generosa, aceitou posar com o livro. 

Mais uma leitora conquistada.

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