A terça-feira mal amanhecia quando o casal de jovens chegou ao ponto. Após um beijo cinematográfico, o rapaz despede-se da moça e embarca no meu táxi. Depois de um longo suspiro ele exclama: “Estoy enamorado!”.
Era um hondurenho. Estava saindo da casa de uma gaúcha que conheceu no Estádio Beira-Rio, durante o jogo de Honduras e França. Contou que avistou a menina quando caminhava para o jogo, ela estava em um carro, em um congestionamento. Ele foi até a janela do carro e pediu-lhe um beijo, mas o trânsito desatou e a garota sumiu. Por obra do destino, acabou encontrando-a dentro do estádio e o beijo aconteceu.
O jogo foi no domingo, ele embarcou no meu táxi na terça pela manha. Estava indo ao Hostel onde estava hospedado, dar sinal de vida a seus companheiros de torcida. Pretendia vender os
ingressos que tinha para os próximos jogos de Honduras. Não pretendia viajar pelo Brasil atrás de sua seleção. Queria ficar em Porto Alegre. Talvez para sempre!
Com os Australianos aconteceu o contrário. Peguei-os na saída de uma Escola de Samba. Eles pareciam assustados. Três garotões ruivos e suados. Eles reclamaram que as mulatas estavam afoitas. Queriam namorar a todo custo, beijar, casar, ir para a Austrália com eles! Alegaram que as morenas não tinham a menor elegância. Ensinei-lhes o significado da palavra “baranga”. Eles adoraram!
Já os Franceses que embarcaram no meu táxi estavam adorando nosso país, a informalidade, o jeito irreverente do brasileiro, a forma como todos se abraçam, apertam as mãos, dão tapas nas costas. Um deles me perguntou se não haveria problema em entrar com camiseta de futebol no shopping, se não seriam barrados. Ele disse que na França eles são muito cobrados pelas roupas que usam. Estavam achando o máximo andar de chinelo pela rua!
A primeira semana de Copa do Mundo foi proveitosa no meu táxi. O colorido alegre dos turistas, muita empolgação e alguma gorjeta. Gracias, thanks, merci.
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